Todos nós temos uma tendência a repetir padrões de comportamento. Em outras palavras, a fazer sempre as mesmas escolhas, a seguir sempre o mesmo caminho. O problema é quando essas escolhas são erradas. Falhas são comuns e até necessárias para o nosso amadurecimento. No entanto, cometer o mesmo erro duas, três, quatro, cinco vezes, é sinal de que há algo de errado com seu discernimento. Pior: pode haver algum conflito interno que esteja mal resolvido ou até desconhecido.
Se você se identificou, é hora de rever o que o leva a seguir sempre o caminho mais tortuoso. Confira 3 constantes repetições de comportamento e como mudar esses padrões:
– Tenho “dedo podre”: Quem coleciona frustrações amorosas costuma dizer que tem o “dedo podre”, por atrair apenas relacionamentos destrutivos, cheios de mentira, traição, agressão (física ou verbal) e muito sofrimento. Ao invés de refletir e tentar entender porque a pessoa só se envolve em relações já destinadas ao fracasso, ela joga a culpa na falta de sorte. Se persistir nesta postura, a pessoa vai se enfraquecendo emocionalmente e não consegue mais se libertar dos relacionamentos tóxicos. Daí a importância de buscar respostas para este comportamento. Em muitos casos, essa insistência por amores desastrosos pode ser um reflexo do que se vivenciou em casa. É muito comum repetir o comportamento do pai ou da mãe. Se ambos tiveram uma relação tóxica, seu subconsciente vai entender que isso é normal. Mas não é. Caso esse padrão nocivo já esteja encravado, a ponto de você sequer saber por onde começar a mudar, vale buscar ajuda de um especialista.
– Na segunda-feira eu começo: Que atire a primeira pedra quem nunca disse essa frase. Seja para começar a academia, o curso de inglês, a dieta ou qualquer mudança de hábito. E quando chega a segunda, inventamos uma desculpa para empurrar a responsabilidade com a barriga. Isso se chama auto sabotagem. Sabemos o benefício ou a importância de realizar determinadas atividades, mas que não necessariamente nos proporcionam prazer. Então, de forma inconsciente, criamos obstáculos que atrapalham e até impedem a prática destas tarefas. Um sinal evidente de auto sabotagem é a procrastinação. Essa postura pode parecer apenas preguiça. Entretanto, é mais do que isso, e geralmente indica algum problema que está mascarado. Pode ser desde um medo de se comprometer e falhar, até uma fobia social. É imprescindível investigar a causa dessa “fuga”. Por que você está adiando ou evitando aquela situação? Por exemplo, se está prorrogando a possibilidade de deixar a casa dos pais e morar sozinho, talvez você esteja com medo de sair da zona de conforto e enfrentar as responsabilidades de uma independência financeira. Depois de entender o que está te bloqueando, desafie seus medos. Dê pequenos passos para atingir seus objetivos e visualize um ótimo resultado final.
– A culpa não é minha: Você se atrasa para um compromisso e culpa o trânsito. Você não entrega o trabalho no prazo e culpa a internet. Você briga com seu pai e a culpa é sempre dele. A resistência em assumir a parcela de culpa se tornou tão comum que as pessoas raramente percebem quando estão equivocadas. Na realidade, é extremamente positivo quando somos capazes de reconhecer que nos enganamos. Ao contrário do que se pensa, quando identificamos o que fizemos e as consequências que geramos, há uma sensação de libertação do peso, já que houve reparo nos danos causados. A responsabilidade é uma escolha que traz emoções positivas, como motivação e sensação de dever cumprido. Portanto, sempre que perceber que está tentando encontrar alguém ou algo para culpar uma frustração pessoal, tenha um momento de reflexão e identifique a real origem do problema. Foque nas soluções, e não nos culpados.
Entender e ressignificar esses padrões de comportamento significa adotar novos conceitos e hábitos, melhorando seus relacionamentos e dando outro rumo para sua vida.
Por Alexandre Pedro, Psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo; Master Practitioner de PNL filiado ao NLP Academy; Hipnoterapeuta filiado ao International Board of Hipnosys e ao National Guild of Hipnotists.