Um robô capaz de esterilizar ambientes (prevenindo a contaminação pelo novo coronavírus) com até 99,9% de efetividade foi a ideia apresentada por uma estudante do curso de Biotecnologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), vencedora do HackSerpro, maratona online de programação realizada entre 15 e 22 de junho.
No desafio proposto pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), os participantes deveriam apresentar soluções em tecnologia capazes de auxiliar na redução dos impactos provocados pela pandemia e na adaptação das transformações por ela impostas à sociedade.
Além disso, as propostas deveriam ajudar problemas relacionados aos eixos social (saúde, meio ambiente, mobilidade, entretenimento, cultura) e econômico (mercado de trabalho, indústria, comércio e serviços e novos negócios).
Projeto – Dessa maneira, nasceu a ideia do robô Hígia. Um dispositivo que desinfeta ambientes utilizando luz ultravioleta C (UV-C) e internet das coisas. Nina Machado, estudante do curso de Biotecnologia, foi líder da equipe que apresentou o projeto vencedor e conta quais foram os obstáculos enfrentados para construir o protótipo.
“Os maiores desafios para criá-lo foram conseguir as peças que precisávamos em meio pandemia no pequeno tempo que nós tínhamos. Além de manter o engajamento, mesmo durante os vários empecilhos que surgiram na execução do projeto”, salienta Nina Machado ao Jornal da USP.
Segundo a aluna, outras experiências da equipe auxiliaram no desenvolvimento do robô. Por meio de iniciação científica realizada em laboratórios, por exemplo, ela atuou com manipulação da luz UV-C. A tecnologia também era conhecida pelos outros integrantes do grupo, Leone Souza e Bruno Augusto.
O time alcançou o primeiro lugar na competição nacional, entregando a solução mais inovadora, funcional, com melhor design e usabilidade, tal como exigia a premiação. “Tivemos uma grande oportunidade de desenvolver o que queríamos, com isso aprendemos muito. Quando entregamos a solução, ficamos muito emocionados, pois estávamos muito focados em desenvolvê-la”, ressalta Nina.
Protótipo – Após o evento, as expectativas estão voltadas para a construção do protótipo em um dispositivo concreto. Segundo Nina, a equipe está em busca de pesquisadores e laboratórios de universidades para receber suporte na realização de testes com luz UV-C, além de possíveis parcerias, especialmente com hospitais e farmácias.
Para entrar em contato com o grupo, o interessado pode enviar um e-mail para ninapinheiro@usp.br.
Sobre o HackSerpro 2020 – O HackSerpro distribuiu um total de R$ 22.500 em prêmios, teve 40 times inscritos, cinco jurados e 35 mentores. A maratona também contou com apoio da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, que participou com cinco mentores, um palestrante e um representante para a banca julgadora.
O Serpro é uma empresa pública de tecnologia brasileira, atuante desde 1964, com a função de implementar tecnologias que possam ser utilizadas por serviços públicos como, órgãos federais, estaduais e municipais.
Fonte: saopaulo.sp.gov.br