O governador João Doria (PSDB) disse na tarde desta quarta-feira (15) que megaeventos como Réveillon e Carnaval não deverão ser celebrados diante da pandemia do Coronavírus. Segundo Doria, tais eventos só poderão ser comemorados em São Paulo com a criação da vacina contra a Covid-19.
“O Brasil está prestes a alcançar quase 2 milhões de casos confirmados e mais de 75 mil mortes. É a maior tragédia da história desse país em qualquer tempo. Não há nada a celebrar, não há nada a comemorar. E muita atenção àqueles que diante de um quadro como esse ainda querem fazer atividades festivas de Ano Novo ou de Carnaval. Nós não temos que celebrar nem Ano Novo, nem Carnaval diante de uma pandemia. Apenas com a vacina pronta e aplicada, e a imunização feita, é que podemos ter celebrações que fazem parte do calendário do país, mas neste momento, não!”, afirmou Doria.
Representantes do chamado Centro de Contingência Contra o Coronavírus, comitê de especialistas criado pelo governo estadual para orientar o combate à pandemia, anunciaram no início do mês de julho que eventos com público em pé, com entrada controlada e que respeitem o distanciamento social de 1,5 metro poderiam voltar a ocorrer a partir da fase verde do Plano São Paulo. No entanto, eventos com aglomeração não estão no radar do grupo ainda.
O Plano São Paulo regulamenta a flexibilização ou endurecimento da quarentena em todo o estado.
Na terça-feira (14) o coordenador-executivo do comitê de saúde de São Paulo, João Gabbardo, também afirmou que a realização de grandes eventos no estado, como festas de Réveillon e Carnaval, é um tema que “obviamente tem uma dependência muito grande da situação da vacina”.
“O centro de contingência já discutiu e aprovou a questão dos eventos, mas são eventos com entrada controlada, com capacidade reduzida, a partir da fase verde. Megaeventos, onde não há controle de quantas pessoas participam e há ,definitivamente, uma aglomeração enorme, não estão na visão, vamos dizer, próxima”, disse Paulo Menezes, atual coordenador do comitê.
Menezes disse ainda que eventos de grande porte são algo que o centro de contingência não considera possível nesse momento.
“Serão no mínimo para fase azul [do Plano São Paulo], e não pra situação que nos temos para as próximas semanas ou meses até. Eu diria que é compreensível a necessidade de planejamento desses megaeventos, mas frente à situação que nós temos hoje da pandemia, da ameaça de transmissão na população aqui no estado de São Paulo, isso não é algo que o centro de contingência considera possível nesse momento”, completou.
Vacina – Um dos projetos de vacina para a Covid-19 que está sendo testado em voluntários do estado de São Paulo é a vacina contra o coronavírus da Universidade de Oxford, do Reino Unido, que está na fase 3 de testes.
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Lemann são os responsáveis pelos testes em São Paulo da vacina ChAdOx1 nCoV-19, que já foi testada em 2 mil voluntários em São Paulo. Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o mundo, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro.
Esse é o projeto mais avançado do mundo. Se for comprovada a eficácia, a vacina poderá ter o registro liberado em junho de 2021.
O instituto Butantan também está desenvolvendo, em parceria com um laboratório chinês, uma vacina contra o coronavírus que está em fase final de testes. O projeto será testado em 9 mil voluntários brasileiros.
Se bem sucedida nos testes, a vacina poderá ser produzida no país e disponibilizada no SUS a partir de junho de 2021, segundo previsão do governo paulista.
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