Informação e acesso a métodos contraceptivos são dois recursos essenciais para combater a gravidez na adolescência (10 a 19 anos), situação vista como um problema de saúde pública, uma vez que implica em riscos à vida da mãe e do bebê, além dos impactos sociais que representa, como a perpetuação do ciclo de pobreza.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), um em cada sete bebês nascidos no Brasil são filhos de mães adolescentes. Em 2019, segundo o Datasus, sistema do Ministério da Saúde (MS), adolescentes de 10 a 14 anos foram responsáveis por 19.330 nascimentos.
Veja a seguir algumas das consequências da gravidez na adolescência, para a mãe e o bebê.
Riscos obstétricos: pré-eclâmpsia; desproporção pélvica-fetal; gravidez gemelar; complicações durante o parto; cirurgia cesariana de urgência; infecções durante e pós-parto.
Riscos da gravidez para a adolescente: depressão e psicose puerperal; abandono do recém-nascido (RN) em instituições; rejeição do RN do convívio familiar; ausência de amamentação; abandono/omissão de paternidade; acompanhamento pediátrico falho; esquema de vacinação incompleto; abandono escolar, bullying; baixa qualificação profissional da mãe.
Riscos para o recém-nascido (RN): Prematuridade; Pequeno para idade gestacional; Baixo peso (retardo intrauterino); Dismorfias, síndromes congênitas (Síndrome de Down, defeitos neurais); Infecções congênitas (sífilis, herpes, toxoplasmose, hepatites B/C, Zika, HIV/aids); Necessidade de UTI neonatal; Traumatismos e repercussões do parto (hipóxia, paralisia cerebral); Dificuldades de amamentação; Risco de negligência, ambiente insalubre.
Reduzir os índices de gravidez entre adolescentes é uma das metas em saúde pública preconizadas pela OMS. Em 2019, a Lei Federal nº 13.798 instituiu no Brasil, sempre em fevereiro, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que passou a integrar o Estatuto da Criança e do Adolescente. O objetivo é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez nesta fase.
Todas as UBSs da cidade oferecem consultas com clínico geral ou ginecologista, às quais as adolescentes têm direito por lei, bem como ao acesso a métodos anticoncepcionais indicados pelo profissional. Fonte: capital.sp.gov.br