Lançado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2011, o programa Academia da Saúde promove o cuidado com a saúde por meio da implantação de espaços públicos com infraestrutura e profissionais qualificados, atualmente a cidade de São Paulo possui 18 Academias de Saúde vinculadas a Unidades Básicas de Saúde (UBSs) nas regiões sul, leste, sudeste e oeste da capital.
Nesses espaços, a oferta de atividades físicas para a população é apenas uma das formas de cuidado, uma vez que eles também promovem a conscientização sobre a importância da alimentação saudável, práticas integrativas e complementares em saúde (Pics), práticas artísticas e culturais e educação em saúde, entre outras.
Segundo Marcelo Takiishi Scirocco, responsável pelo projeto Academia da Saúde na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) , os pré-requisitos fundamentais para o funcionamento das Academias da Saúde são a disponibilidade de um espaço para a prática de atividades físicas e de grupos na própria UBS ou no território e a presença de uma equipe multidisciplinar na unidade. Afinal, são profissionais como educadores físicos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos que garantem a manutenção das atividades, que acontecem de segunda a sexta-feira, ao longo do dia.
Entre as práticas mais populares nesses espaços estão as terapias tradicionais chinesas e outras que compõem o rol das Pics, além de atividades físicas, palestras e rodas de chá. “As atividades são sempre coletivas, e isso produz um efeito que extrapola o aspecto físico ou fisiológico, uma vez que os grupos têm um papel social e de apoio importantíssimo para as pessoas que frequentam as Academias da Saúde”, enfatiza Marcelo. Marcelo diz que as academias são habilitadas diretamente pelo Ministério da Saúde, que, dependendo da adequação aos critérios estabelecidos, participa de seu custeio
A experiência de uma UBS – A UBS Jardim Embura está localizada na região de Parelheiros, no extremo sul da capital, em território rural, e é uma das unidades habilitadas como polo da Academia da Saúde. “Ofertamos aos moradores estratégias para prevenção e promoção à saúde, considerando que qualidade de vida não é apenas a ausência de doença, mas uma série de fatores biopsicossociais. Portanto, temos a proposta de um espaço coletivo, de cuidado, acolhimento, socialização e para a realização de atividades físicas”, explica a fisioterapeuta da UBS Patrícia Ramos Martins, que integra o programa juntamente com educador físico, fonoaudióloga, nutricionista e agentes comunitários de saúde (ACSs).
Os grupos para a promoção de atividades físicas reúnem-se em uma área coberta nos fundos da unidade. Um exemplo é o Saúde Total, que é coordenado por educadores físicos e acontece duas vezes por semana para alongamento, ginástica e dança. “Eu caminho cerca de 20 minutos para chegar à UBS, mas gosto, pois já chegou aquecida para a aula. Eu participo do grupo há anos e quando não posso vir sinto falta, porque faz bem para o corpo e para a mente”, elogia a aposentada Marineide Silva de Melo, 58 anos, que além do prazer em fazer as aulas, também viu sua saúde melhorar com a atividade física. “Deixei de tomar um dos medicamentos para hipertensão e os níveis de colesterol também melhoraram”, enfatiza.
Meta de Ampliar público – A estimativa é que todos os meses cerca de 18 mil pessoas frequentem grupos de vários tipos nas UBSs, entre eles aqueles vinculados às Academias da Saúde. Entre as metas do programa, de acordo com Marcelo, estão a expansão dos polos da Academia da Saúde, bem como a promoção de iniciativas intersetoriais que permitam a utilização de mais espaços e a consequente ampliação do público atendido. “Também queremos qualificar as próprias equipes de saúde para que aumentem a inclusão da atividade física nos planos terapêuticos dos pacientes atendidos nas unidades de saúde”, complementa Marcelo. Fonte: capital.sp.gov.br