No Brasil a homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1980. Desde 2006 a ela integra, como especialidade médica, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Pics) do Ministério da Saúde (MS), na medida em que prioriza uma visão mais abrangente do indivíduo, em suas dimensões física, psicológica, social e cultural.
Atualmente, a especialidade está disponível em 12 equipamentos da rede municipal, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Ambulatórios de Especialidades (AEs) e hospitais, em todas as regiões, que contam com 17 médicos homeopatas. De janeiro a junho deste ano, foram realizadas 7.638 consultas homeopáticas na rede.
Medicamentos atuam estimulando o sistema de defesa – Com especialização na área há 20 anos, o homeopata Eduardo Nishimiya Takeyama atende no Hospital e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, e conta que, ao longo desse tempo, tem visto uma mesma reação nos pacientes: “Depois de começar, a maioria decide continuar se tratando com homeopatia”.
Isto porque, segundo o especialista, uma das características marcantes da medicina homeopática é justamente o vínculo que se forma entre médico e paciente: “O homeopata entende cada sujeito como um todo, então ao longo da consulta ele precisa saber como o paciente está psiquicamente, ou seja, como está seu humor, memória, pensamentos, se está tudo bem no trabalho e em suas relações afetivas e familiares, etc.; além de todos os detalhes dos sintomas físicos, claro.”
Uma vez feita esta anamnese aprofundada, o homeopata avalia os sintomas relatados e é com base nesta análise que o medicamento é prescrito, sempre com o objetivo de atuar sobre o sistema de defesa do paciente, nos casos de doenças agudas ou crônicas. “A homeopatia é indicada para qualquer quadro clínico não cirúrgico, e nos casos cirúrgicos, também pode auxiliar no acompanhamento pré e pós-operatório.”
O homeopata explica, no entanto, que se um mesmo paciente tiver mais de um quadro clínico a ser tratado, todos serão considerados na seleção do medicamento a ser prescrito, ou quando isto não for possível, prioriza-se o de maior gravidade, ou seja, aquele que apresente o maior risco à saúde do paciente, já que o medicamento deve ser único, para não confundir o sistema de defesa com vários estímulos diferentes.
Paciente recorreu à homeopatia contra dores e sintomas da menopausa – A professora Marcia Cristina Brienza Pereira, de 51 anos, conta que iniciou o tratamento com homeopatia em 2003, e desde 2021 é atendida pela equipe do Hospital Vila Nova Cachoeirinha. De início sua queixa principal eram as dores no corpo, depois os sintomas da menopausa. “Em relação à consulta, o que mais gosto é a extrema atenção do médico, com muitas perguntas e cuidado com cada detalhe”, relata.
Segundo ela, no que diz respeito aos medicamentos, que são usados de forma intermitente de acordo com a orientação do médico, os resultados são “fantásticos”, especialmente no caso de doenças crônicas como rinite e enxaqueca, com as quais convive. “Os resultados podem demorar um pouco mais, mas em compensação, na minha experiência, a melhora é consistente”. Fonte: capital.sp.gov.br
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