Estudos e pesquisas recentes têm demonstrado que exercícios físicos regulares são importantes para o tratamento de pacientes asmáticos. A conclusão é relevante pois por muito tempo havia receio de indicar atividades físicas a esses pacientes em razão da condição de broncoespasmo, um estreitamento das vias aéreas que causa dificuldades respiratórias. Essa condição é induzida por esforço físico, mas, apesar disso, os sintomas de asma diminuíram com a prática regular de exercícios, segundo aqueles estudos.
Pesquisas sobre asma e possíveis tratamentos para a doença são desenvolvidas desde 2007 pelo professor Celso Fernandes Ricardo de Carvalho, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
“Em qualquer tipo de doença (Alzheimer, Parkinson, esclerose, entre muitas outras) o exercício físico tem um papel fundamental no tratamento dos pacientes. Infelizmente, ele é um fator subestimado pelas pessoas”, diz Carvalho.
Os primeiros estudos sobre asma indicavam que pacientes que se exercitavam regularmente desde a infância tinham seus sintomas diminuídos significativamente. Para testar a hipótese, foram feitos testes em animais, que confirmaram a viabilidade de exercícios físicos como um tratamento para asma.
A partir dos testes em animais, foi possível elaborar intervenções experimentais para pessoas com asma. O recurso funcionou no tratamento em crianças, adultos e adultos obesos. A pesquisa publicada em 2017, pelo American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, a mais bem-conceituada revista da área respiratória do mundo, do qual o Professor Celso foi um dos autores, investigou os benefícios do exercício físico em pacientes adultos obesos com asma.
O estudo mostrou as vantagens de uma técnica não invasiva, o exercício físico regular, para perda de peso, controle da asma e melhora da qualidade de vida dos pacientes. O artigo com informações sobre a pesquisa pode ser consultado neste link (em inglês).
Controle e prevenção – A asma é caracterizada pela dificuldade de respirar ou eliminar o ar dos pulmões, causada pela obstrução nas vias áreas. Se não tratado adequadamente, o quadro se agravar porque impede a chegada do oxigênio aos órgãos vitais e o paciente pode morrer.
A diretora do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual, Fátima Rodrigues Fernandes, alerta que a adesão ao tratamento correto evita crises e complicações, já que a doença não tem cura. É importante ficar atento aos sinais indicativos de uma possível crise ou da persistência de sintomas.
“As pessoas só tratam as crises e não valorizam aqueles sintomas entre as crises, como cansaço aos exercícios, despertares noturnos com tosse ou falta de ar. Esses sinais mostram que existe uma inflamação persistente nos pulmões e que a asma não está controlada, necessitando de tratamento contínuo”, afirmou.
Fonte: http://www.saopaulo.sp.gov.br/