Em 2023, 29,1% dos homens entrevistados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, relataram terem recebido diagnóstico de hipertensão na cidade de São Paulo. Entre as mulheres, 28,7% informaram o diagnóstico.
Esse cenário representa uma mudança em relação a 2013, quando os homens representavam 22,7% dos diagnósticos, em comparação às mulheres, que representavam 26,6%: “Houve um aumento no percentual de hipertensos em ambos os sexos, sendo que este aumento é maior para o sexo masculino”, aponta Renata Scanferla, analista em saúde do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (NDANT), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS).
De acordo com o Ministério da Saúde, 90% dos casos de hipertensão possuem componentes hereditários. No entanto, excesso de peso, consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo, tabagismo e estresse são hábitos que influenciam a elevação da pressão arterial.
Alexandre Gomes Lopes, assessor técnico da área de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) da Coordenadoria de Atenção Básica (CAB), explica que a doença é multifatorial e está intimamente relacionada com estilo de vida. Além disso, o aumento no número de diagnósticos demonstra que o protocolo de busca ativa, vigilância contínua e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) da SMS estão funcionando: “Tudo começa na aferição frequente da pressão arterial, que é um protocolo básico tanto para o diagnóstico quanto para o controle desta doença; quando o paciente relata algum sintoma que pode estar associado à hipertensão, o caso é investigado pela equipe da Unidade Básica de Saúde.”
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), parte da ESF, têm um papel fundamental nesse processo: “Eles visitam as casas e conseguem informar para a equipe de saúde quais as condições de vida e o que pode ser um fator de risco”, esclarece Alexandre.
Prevenção e tratamento – Na hipertensão, assim como nas demais DCNTs, a prevenção é sempre o caminho mais indicado. Dessa forma, diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados e ter uma alimentação balanceada é essencial: “Isso não é sinônimo de privação, mas o ideal é sempre realizar escolhas mais saudáveis”, lembra Josie Miranda, analista de saúde da Área Técnica de Saúde Nutricional da CAB.
Marcelo Takiishi Scrocco, fisioterapeuta da Área Técnica Programa Academia da Saúde, também lembra que atividades físicas são essenciais para combater o sedentarismo e evitar inúmeras doenças. Ele ressalta que atividades que promovem saúde fazem parte da rotina dos equipamentos da rede municipal, seguindo as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), seja por meio do Programa Academia da Saúde, desenvolvido dentro de UBSs, ou mesmo das Práticas Integrativas Complementares (Pics).
Manter o corpo ativo e uma alimentação balanceada são prevenção e, também, tratamento, frisam os profissionais. Afinal, apenas medicação não é suficiente para controlar a pressão arterial, o melhor caminho é adotar uma abordagem multifacetada, atacando as causas da doença que podem ser modificadas. Fonte: capital.sp.gov.br