Pesquisadores do Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, realizaram, em parceria com o biólogo João Alexandre Saviolo Osti, da Universidade de Guarulhos, um trabalho de análise e recuperação dos lagos do Parque da Água Branca, av. Francisco Matarazzo, 455 – Água Branca, na zona oeste da capital.
Em 2017, os cientistas que atuam no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Hídricos, do Instituto de Pesca, observaram uma coloração verde em toda a superfície. Diante disso, a equipe realizou visitas técnicas e coletou água do local para análises de pH, condutividade elétrica, temperatura, oxigênio dissolvido, determinação de nutrientes e clorofila.
Os resultados evidenciaram altas concentrações de fósforo nos lagos, indicando ambiente favorável ao crescimento excessivo de algas, com aspecto de coloração verde, densa e uniforme.
“A construção dos lagos em cascata, em conjunto com o chafariz, mantém um mecanismo de retroalimentação, de retorno. A associação desse conjunto com a baixa renovação de água causa progressivo aumento no aporte de nutrientes. Com isso, as algas vão se tornando cada vez mais densas”, explica o pesquisador científico Clóvis Ferreira do Carmo.
Nessas condições, geralmente há o predomínio de uma única espécie de alga e a distribuição é bem homogênea por todo o lago. Consequentemente, o local adquire uma coloração verde intensa e uniforme. O excessivo desenvolvimento dessas algas deixa uma aparência de grumos (flocos) na superfície, dando o aspecto de uma “nata”.
Análises – O resultado pode ser explicado mais pela baixa renovação do volume de água dos lagos do que qualquer outro fator mencionado. As análises de água indicam que a condição de bem-estar dos peixes está boa. Entretanto, a percepção visual do público está comprometida, como destaca a pesquisadora Cacilda Thais Janson Mercante.
Para minimizar o cenário, os pesquisadores propuseram a utilização de plantas aquáticas, técnica utilizada para a redução de nutrientes. As escolhidas para o experimento foram as da espécie Eichhornia crassipes, conhecidas comumente por jacinto-de-água ou aguapé.
As plantas foram confinadas em uma estrutura denominada Ilha Flutuante Artificial (IFA), inserida no lago para evitar a propagação por todo o lago, o que poderia causar outros problemas. O resultado positivo da pesquisa não só garantiu a recuperação do lago, como também a beleza, que pode ser observada pelos visitantes do parque.
Fonte: saopaulo.sp.gov.br