Moradores de São Paulo reclamam de infestações de mosquitos e pernilongos desde que começou a onda de calor intenso na capital nesta última semana. No domingo (13), o termômetro chegou aos 33,5 ºC, só um pouco mais fresco do que no sábado (12), quando a cidade teve o dia mais quente do ano: 34,1ºC. A máxima superou os 33,7ºC registrados no dia 1º de janeiro.
Um abaixo-assinado online organizado por moradores da Zona Oeste já reuniu mais de 17,3 mil assinaturas. O documento cobra ações do município contra a proliferação dos insetos, principalmente nas regiões próximas ao Rio Pinheiros. Os moradores dos bairros das Subprefeituras da Lapa, Pinheiros e Pirituba, reclamam do abandono das margens do rio Pinheiros e córregos da região, assim como o sumiço da dedetização, o chamado FUMACÊ.
“Infelizmente, já faz alguns anos que a prefeitura, subprefeitura de Pinheiros e Centro de Zoonoses da cidade de São Paulo não estão colocando em seu cronograma a dedetização da margem do Rio Pinheiros”, afirma o abaixo-assinado.
“Reclamar no telefone 156 não adianta, nenhuma medida é tomada”, informa o texto.
Moradores relataram ainda a falta de repelentes em supermercados da cidade. Segundo fabricantes de inseticidas, a venda está acima da média.
Outro abaixo-assinado, dessa vez da Associação Viva Leopoldina, também reclama dos pernilongos na Zona Oeste.
“A invasão de pernilongos na região do rio Pinheiros está assustando os moradores das proximidades! O número de pernilongos na região aumentou de forma assustadora”, diz o texto da Associação.
Um terceiro abaixo-assinado de moradores da Zona Oeste da capital diz que os pernilongos atacam a região dia e noite. “Está impossível abrir janelas e portas. Estamos literalmente trancados dentro de casa”, informa o texto.
Em nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que faz a aplicação de inseticida na Zona Oeste por meio de termonebulização desde o início de agosto.
A pasta também informou que realiza “monitoramento quinzenal de todos os córregos pertencentes à área de abrangência da região; envio de relatórios mensais à Divisão de Vigilância em Zoonoses e à Subprefeitura local; solicitação de manutenção e limpeza de bueiros e galerias; vistorias nos endereços solicitados; mapeamento e diagnóstico de área, com o cruzamento de informações obtidas em vistorias; aplicação de inseticida em áreas delimitadas”.
Além do documento dos moradores da região de Pinheiros, circulam na internet outros abaixo-assinados reclamando das infestações dos insetos em demais regiões da capital.
Um abaixo-assinado de moradores da Lapa que já reuniu mais de 270 assinaturas afirma que a vizinhança vem “sofrendo enormemente com a infestação de pernilongos”.
“Além de reclamar no telefone 156 da prefeitura, o que não tem trazido resultados práticos, decidimos criar este abaixo-assinado para mostrar a insatisfação dos cidadãos quanto a este grave problema de saúde pública, que coloca em risco a saúde da população”, diz o manifesto dos moradores da Lapa.
Segundo a prefeitura, o serviço de atendimento 156 recebeu 331 ligações em julho e 221 em agosto, enquanto que até este 13 de setembro já são 526 reclamações.
Calor aumenta o problema – De acordo com especialistas, as altas temperaturas que São Paulo tem registrado em setembro colaboram para o problema, uma vez que os mosquitos se reproduzem mais no calor.
“Este inverno foi mais quente que o normal, até mesmo no Sul do Brasil”, diz o meteorologista Cesar Soares. “[O calor] Aumenta a proliferação dos mosquitos.”